Conheça um pouco sobre a história de Péricles. O menino que nasceu em Santo André já tendo trabalhado até como sapateiro e cabeleireiro para mais tarde se transformar em um dos maiores expoentes do samba no país. Na entrevista o artista conta sobre a carreira solo e como foi a transição após deixar o Exaltasamba após 23 anos do grupo. Confira!
Nascido em Santo André, Péricles Aparecido Fonseca de Faria, mais conhecido somente como Péricles, quando criança, frequentava as comunidades de jovens das igrejas católicas. Foi nessas reuniões que ele teve o primeiro contato com a música participando de festivais nas dioceses. Antes de entrar para a carreira artística Péricles trabalhou como sapateiro, metalúrgico, cabelereiro e inspetor de alunos em uma escola da região do ABC paulista.
Apaixonado por samba fez parte de alguns grupos até que, em 1986, integrou o grupo Exaltasamba do qual foi um dos fundadores. O cantor e compositor, durante os 26 anos que a banda existiu, lançou 15 CD´s, 4 DVD´s, teve mais de 15 milhões de discos vendidos e viajou com os seus shows por todo o Brasil.
Quando o Exaltasamba decidiu interromper suas atividades, em junho de 2011, era um dos grupos mais influentes do mercado musical. Péricles e seus companheiros conseguiram colocar elementos da música pop em sambas de partido alto, fizeram muito sucesso e deixaram um legado para as próximas gerações.
Em maio de 2012, Péricles alçou voo solo e gravou o seu CD e DVD “Sensações” lançado pela Som Livre. Para a nova fase, trouxe para a sua banda o companheiro de Exalta, Pinha, e o amigo Izaias Marcelo na direção musical. O repertório, que mescla músicas inéditas e regravações.
Em Novembro de 2013, após o sucesso solo, ele lançou o segundo trabalho. O álbum faz uma homenagem ao pagode dos anos 90, período que o artista considera um dos mais produtivos do samba e de onde surgiram grandes nomes do segmento. É nesse contexto que o repertório se baseia. “O critério foi escolher e relembrar aquilo que realmente era um grande sucesso e que mexia com as grandes rodas de samba”, explica Pericão. Com 20 faixas no CD e 24 no DVD, Nos Arcos da Lapa também apresenta algumas canções inéditas, entre elas, “Se Eu Largar o Freio” (Carlos Caetano/Claudemir/Marquinho Índio), primeiro single do trabalho.
Talentoso, carismático e bem quisto pelo mercado e pelos fãs espalhados por todo o país, Péricles continua tendo o mesmo desejo de quando era jovem, “O que me dá força para continuar é acreditar que tem muita gente que ainda não ouviu a nossa música, que precisamos levá-la para essa galera que não a conhece”. É com essa humildade e profissionalismo que ele conquista, a cada dia, mais admiradores.
Péricles surpreende no terceiro trabalho solo, FEITO PRA DURAR
No álbum ‘‘FEITO PRA DURAR’’, o terceiro da sua carreira solo. “Este disco tem um apelo mais romântico. As músicas mais dolentes são, praticamente, sambas canção. Neste trabalho me mostro mais como cantor, alcançando tanto as notas mais graves quanto as mais agudas, explorando sempre a emoção no cantar. As pessoas também vão notar um esmero maior e melhores melodias”, explica o artista que escolheu a canção “Erro Meu” para ser a primeira música de trabalho.
Mas não é só o romantismo que domina FEITO PRA DURAR. A alegria está bem representada na “Querendo Futicar”, uma mistura gostosa do forró com samba, e na “É Quente”, composta por seu filho Lucas Morato. “O Lucas cresceu nessa atmosfera e é muito bom vê-lo participando tão ativamente do meu trabalho, assim como outros grandes profissionais. São os nossos filhos levando à frente a nossa bandeira”, comemora.
Com uma linguagem moderna, um repertório escolhido a dedo, novas influências e um talento incontestável, Péricles mostra uma nova face e comprova que, mesmo com a indústria fonográfica vivendo um momento onde tudo passa muito rápido, seu trabalho foi feito pra durar.
Revista Tempos Modernos: Fale um pouco pra gente sobre seu mais recente trabalho, seu terceiro disco da carreira solo “Feito pra durar”.
Péricles: Este terceiro trabalho, chamado “Feito Pra Durar”, é um grande reflexo do momento ao qual eu vivo, onde aproveito para estudar um pouco mais, me aperfeiçoar na maneira de cantar e interpretar, e creio que estou, segundo o apoio dos meus fãs, no caminho certo. É um CD com 12 músicas, 11 inéditas e a nossa versão de Ave Maria de Schubert, tem ainda as participações de Thiaguinho e Hellen Caroline, além de musicas de Luíza Possi e Lucas Morato.
Revista Tempos Modernos: Como é ter a participação do Thiaguinho e também da cantora Hellen Caroline neste novo projeto?
Péricles: Para mim, em particular, são dois grandes momentos lindos no CD. Hellen é um grande talento da nossa música, e o Thiaguinho me ajudou a reler um momento áureo das nossas carreiras, onde fizemos parte do Exaltasamba.
Revista Tempos Modernos: Depois de 23 anos no Exalta, como foi essa mudança de grupo para carreira solo?
Péricles: Toda mudança faz com que a gente se sinta estranho, com medo, comigo não foi diferente. Mas, com o apoio dos meus fãs, meu escritório Inovashow e de todas as pessoas ao meu redor, inclusive a família, deu tudo certo, e me animo mais a cada dia.
Revista Tempos Modernos: Sabemos que seu filho Lucas Morato também é um sucesso no mundo do pagode. Como é essa relação de Pai e filho vivendo a mesma profissão? Quando Lucas demonstrou interesse pela música?
Péricles: A nossa relação é a melhor possível. Ele é maravilhoso, um compositor virtuoso, canta muito bem, tem uma boa visão de mercado e de seu lugar nesse mercado. Conseguimos muito bem separar a imagem do Pai e do ‘concorrente’, sabemos que cada um tem seu lugar e vivemos muito bem.
Revista Tempos Modernos: Quais são os compositores que você mais se inspira ?
Péricles: São vários, mas pra mim o maior de todos e minha maior influência é Arlindo Cruz.
Revista Tempos Modernos: Deixa um recado para todos os seus fãs e leitores da Revista Tempos Modernos.
Péricles: Um grande abraço a todos que se informam através desta grande porta chamada Revista Tempos Modernos.
