Quem já ouviu falar nos Doutores da Alegria?
É uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos que, desde 1991, atua junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais da saúde. O trabalho é a utilização da paródia do palhaço que brinca de ser médico no hospital, trazendo alegria e o lado saudável das crianças e colaborando para a transformação do ambiente em que se colocam.
Possuindo unidades em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Recife, já realizou mais de 900 mil visitas, em mais de duas décadas de trajetória, com um elenco de aproximadamente 40 palhaços profissionais (não voluntários).
Os Doutores da Alegria exercem, por meio de sua Escola, um papel referencial na pesquisa da linguagem do palhaço e na formação de jovens artistas profissionais e interessados – cerca de 180 jovens artistas já se formaram em um programa com duração de três anos. A ‘‘visita’’ as crianças é sempre um grande jogo: o palhaço faz de conta que é médico e a criança dá forma ao espetáculo. A intenção não é distrair a criança da realidade na qual ela está inserida, e sim fazer daquele encontro um momento de diversão e cumplicidade. O programa é rotineiro – duas vezes por semana, seis horas por dia – e o trabalho em parceria é fundamental, tanto entre a dupla de palhaços quanto entre a dupla e a criança.
Os familiares, além dos profissionais da área de saúde, também entram no jogo.
A experiência dos Doutores da Alegria nos últimos vinte anos trouxe uma bagagem tão rica que não havia como deixar esse repertório somente nos hospitais. A ampliação da missão: compartilhar a qualidade desse encontro com a sociedade com produção de conhecimento, formação e criações artísticas, surgiu exatamente por conta de uma necessidade interna. Em todos os espetáculos – alguns realizados de forma esporádica e outros periodicamente – os artistas se valem da linguagem do palhaço para debater temas que nos rondam todos os dias nos hospitais.
Levar a arte do palhaço para diferentes públicos sempre foi missão dos Doutores da Alegria. Nos hospitais, nos palcos e centros culturais, a ideia foi levar a alegria a outras pessoas criando uma escola para que outros palhaços adotassem essa nobre missão.
Em São Paulo, os Doutores da Alegria estão em sete hospitais, com um elenco de aproximadamente 30 palhaços (9 deles ocupando funções pedagógicas e de coordenação), e ainda com mais 20 profissionais das áreas financeira, administrativa, acadêmica, de marketing, comunicação e serviços gerais. Foi então que, em 2004, o Programa de Formação em Palhaço para Jovens foi idealizado para validar o potencial de mobilização sociocultural da linguagem do palhaço dentro e fora dos hospitais e privilegiar a inclusão de um público que não teria condições de arcar com um curso de formação tão específico: o jovem de comunidades populares.
A cada dois anos, é aberto um processo seletivo para jovens de 17 a 23 anos, cuja renda familiar não ultrapasse três salários mínimos. Os selecionados recebem uma bolsa-auxílio para o transporte e lanche no local.
O programa tem uma metodologia única e duração de três anos – os dois primeiros com aulas diárias e o terceiro ano com encontros pontuais e acompanhamento de projetos. Os alunos são levados por diversas manifestações artísticas e criam a base para investigar com propriedade a máscara do palhaço, que aos poucos vai ganhando caráter e personalidade. É um trabalho intenso, de muito estudo, criação e recriação. Ao final do programa, os jovens participam da criação, concepção e montagem de um exercício cênico que circula pelas regiões em que vivem, além de outros teatros e centros culturais da cidade de São Paulo. Em 2013, o Programa de Formação de Palhaço para Jovens foi certificado como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil.
Para ser um Doutor da Alegria é preciso ser artista profissional com uma formação em linguagem de palhaço.
A ação é artística e tem como referência a alegria e o lado saudável dos pacientes. Todos os artistas do programa bem como o pessoal administrativo, estão vinculados á organização Doutores da Alegria que remuneram os seus profissionais por meio de recursos financeiros obtidos através de patrocínios, doações e da realização de atividades que geram recursos como palestras e parcerias com empresas. A maneira como se estabeleceram, valorizando o trabalho profissional e gerando conhecimento e legado para futuras gerações. Apesar de o trabalho não ser voluntário, ele é gratuito para os hospitais, e é por isso que precisam de contribuição para mantê-lo. A melhor forma de ajudar os doutores da alegria é fazendo uma doação regular ou única. As contribuições permitem a manutenção das atividades que realizam juntos aos profissionais da saúde em hospitais públicos. Com o apoio de pessoas e empresas, já atuam a 21 anos.
e você não é artista e tem a intenção de ser voluntário, há no site dos Doutores da Alegria grupos que fazem trabalhos semelhante e recrutam voluntários por todo o Brasil.
Sede dos Doutores da Alegria
Rua Alves Guimarães, 73 – Pinheiros – São Paulo
Tel.: (11) 3061-5523
Site: www.doutoresdaalegria.com.br