Em um domingo de muito sol e calor, aviões cortam o céu de Boituva, município do estado de São Paulo, situado na região metropolitana de Sorocaba. É lá que estão localizadas diversas escolas de paraquedismo, atraindo milhares de apaixonados por esse esporte, que ainda é considerado radical.
O paraquedismo, ao contrário do que se imagina não é um esporte novo. Em 1306 aparecem os primeiros registros de chineses que saltavam de torres e muralhas munidos de algo que lembrava um grande guarda-chuva, com a intenção de amortecer a queda. Após diversos avanços na técnica ao longo dos anos, em 1930, na Rússia foi organizado o primeiro festival Desportivo de Paraquedismo.
O salto de paraquedas foi adotado também com fins militares. No ano de 1941 o exército da Alemanha começa a utilizar paraquedistas para conquistar a Ilha de Creta. Até hoje o paraquedismo é usado por exércitos.
De volta a Boituva, os aviões sobem a todo momento cheios de pessoas dispostas a se atirar de uma altura de 12.000 pés, a uma velocidade de aproximadamente 200 Km/h e 50 segundos em queda livre até a abertura do paraquedas. É quase que um consenso de que o salto proporciona ótimos momentos e uma sensação que é classificada como ‘‘única’’ por quem já experimentou.
É o que diz a estudante Letícia Gabriele, de Guarulhos, que foi a Boituva apenas para saltar, ‘‘É difícil explicar o que se sente, acho que só saltando para saber, o que eu senti foi uma enorme sensação de liberdade, amei, achei incrível e recomendo a todos ao menos experimentar’’ diz Letícia, com um sorriso aberto.
O ritmo na escola é intenso, o que é algo comum de acordo com um dos instrutores: ‘’geralmente é sempre assim, até mesmo nos dias de semana, ainda que hajam temporadas em que o número de pessoas é menor, em média aqui é sempre cheio ’’. Para dar continuidade ao Salto Duplo de Paraquedas, como é chamado, os equipamentos são cuidadosamente checados a todo o momento pelos responsáveis, que ainda fazem um rápido treinamento com quem vai saltar, onde passam os procedimentos de segurança e o que deve ser feito após a porta do avião se abrir e a única visão ser a imensidão do céu e a cidade minúscula abaixo.
Respeitando o limite de ‘‘passageiros’’ o avião decola onde serão todos presos a seus respectivos instrutores, obedecendo ao rigoroso sistema de segurança. Logo após chega o momento, a porta se abre e vem o salto, minutos depois o pouso suave encerra a experiência.
E se engana quem pensa que apenas jovens procuram as escolas para saltar, são homens e mulheres de todas as idades até mesmo menores de idade, desde que devidamente autorizados pelos pais.
Por fim, a pessoa leva com ela uma enorme satisfação, além da certeza de que acabou de vivenciar um momento especial, que certamente será lembrado por muito tempo.