Neste ano de 2014, o Brasil volta a receber uma Copa do Mundo. Na última vez que o evento da FIFA esteve em terras tupiniquins – ano de 1950 – a maioria dos leitores sequer eram nascidos, e o fim da história todos nós já conhecemos: derrota na final para o Uruguai por 2×1, em pleno Maracanã lotado, acontecimento que ficou conhecido como ’’Maracanazzo’’ e que por anos e anos assombrou os jogadores daquela seleção, a ponto de alguns deles serem hostilizados na rua, sendo perseguidos e jamais perdoados até a morte, como o goleiro Barbosa, por exemplo.
Obviamente muita coisa mudou após 64 anos: a forma como é praticado o futebol, o contexto do país, os estádios, a torcida, praticamente nada é como naquela época. Porém, uma coisa podemos afirmar, que permanece intacta: a paixão do povo brasileiro pelo esporte que nos faz conhecidos ao redor do mundo.
O problema é que, junto com a paixão, o apoio e a torcida pelo título, vem a enorme pressão pela conquista e o medo de que um novo ‘‘Maracanazzo’’ ocorra, literalmente novo, já que o estádio foi praticamente colocado no chão para uma reforma completa, deixando-o moderno e muito confortável.
No torneio desse ano, Neymar e companhia terão de enfrentar muito mais do que as outras fortíssimas seleções que irão desembarcar aqui em Junho, como a Argentina de Lionel Messi, escolhido 4 vezes melhor jogador do Mundo, Portugal de Cristiano Ronaldo, a atual Campeã Espanha, e as tradicionais e sempre perigosas Itália, Alemanha e o Uruguai, nosso algoz de 50. A equipe de Felipão vai ter que enfrentar uma torcida extremamente exigente, uma população revoltada com gastos excessivos com os estádios da Copa e nada em infraestrutura, os protestos que crescem a cada dia nas ruas e já assustam Governo Federal, delegações e executivos da FIFA, uma imprensa cada vez mais crítica.
E ainda, vencer seus jogos dentro de campo, convenhamos que não será uma tarefa das mais fáceis para nossa seleção.
Mas a verdade é que o Brasil possui enorme tradição em Copas do Mundo, sendo o único com 5 títulos mundiais, o único a chegar em 3 finais consecutivas(1994,1998 e 2002) tendo sido campeão em duas oportunidades.
A equipe tem totais condições de vencer todos os obstáculos que ganham forma em nosso caminho. E uma conquista assim irá não somente apagar de uma vez por todas o fantasma de 1950, como irá elevar nossos jogadores ao patamar de heróis nacionais.
Será preciso muito suor e força para sermos campeões em casa e evitar um Maracanazzo de 1 bilhão de reais, valor que custou a reforma do palco da final da Copa do Mundo de 2014.