Segundo boletim divulgado pela Imazon, sistema de pesquisa SAD indica que taxa de desmatamento cresce em relação ao ano anterior
Por: Handerson Faria
Os números são novos, mas o resultado é um velho conhecido. De acordo com boletim referente ao mês de Julho e divulgado em Agosto pela ONG Imazon, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, de Belém, o desmatamento na Amazônia teve uma alta de 63% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Segundo o boletim foram cerca de 3.322 km² de área desmatada contra 2.044 km² em 2014. Esses números foram alcançados através de um sistema de monitoramento chamado SAD, um pouco menos preciso que o usado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE do governo, que utiliza os sistemas Prodes e Deter, esses apresentaram um número um pouco diferente, passando de 4.848 km² em 2013-14 para 5.012 Km² em 2015.
Conversamos com o pesquisador Antonio Victor da Imazon, que nos explica as diferenças básicas entre as duas estruturas de medição:
Ainda de acordo com o boletim do Imazon, o Amazonas lidera mais uma vez como estado que carrega o maior desmatamento (27%), seguido de perto por Rondônia (22%), Mato Grosso e Pará vem logo atrás (17%), fechando a triste lista aparecem Acre (10%) e Roraima (7%).
De acordo com Victor, “historicamente os estados de Pará e Mato Grosso lideram o ranking do desmatamento por terem uma atividade agropecuária mais forte que nos outros estados”. O fato de no último boletim divulgado referente ao mês de Julho Amazonas e Roraima terem tomado a frente pode ter uma explicação:
https://www.youtube.com/watch?v=lskdKKAyzCA
Ao contrário do que se pode imaginar, pelo menos nos dias atuais a indústria madeireira não é que mais atua no quesito desmatamento, de acordo com Antonio Victor a atividade que tem um papel mais impactante nesse cenário é a pecuária, que é a criação do pasto para o gado.
Ainda que os índices estejam longe do que se imagina como ideal e que o cenário pareça muito ruim, em tese não é bem assim:
https://www.youtube.com/watch?v=2zKpvoGsXsk
Os reflexos no meio ambiente do desmatamento que atinge a Amazônia são preocupantes. “A questão mais grave foi a situação da água, não querendo justificar o que vem acontecendo no Sul e Sudeste, mas pensando em uma maneira geral essa falta de preservação dessa floresta com a redução dela acaba tendo esses impactos no meio ambiente” finaliza Victor.
Dados preliminares mais recentes do INPE, que ainda não foram divulgados oficialmente apontam mais um aumento de taxa de desmatamento, já atingindo a marca de 68% em relação ao ano anterior.