Na noite desta quarta-feira, 25, acontecerá no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, as 21:45 no horário de brasília o chamado “Jogo da Amizade”. A partida de futebol entre Brasil x Colômbia que visa ajudar as famílias dos jogadores da Chapecoense mortos no trágico acidente de avião em Dezembro. Toda a renda da partida será destinada as famílias.
Uma causa bem legal e que devido ao grau de comoção do público brasileiro com o acidente, se mostrando solidários, emplacando hashtag, alterando fotos de perfil nas redes sociais, cantando musicas da equipe de Chapecó, teria tudo para ser um sucesso de público e renda.
Pois é, teria! Mas ao que parece a situação não será bem assim. Durante o dia chega a notícia que até o início da tarde haviam sido vendidos apenas 13.000 ingressos de uma carga total de 45.000 ingressos.
Ou seja, faltando poucas horas para o jogo, os ingressos encalharam.
Agora que seria o momento de se mostrar solidários e ajudar de forma muito mais efetiva do que alterando imagens de perfil nas redes sociais o público não abraça a causa. Claro que o número de ingressos ainda irá aumentar até o início da partida, mas devido a nobre causa, era esperado uma movimentação muito maior.
É importante, porém, deixar claro que pela partida ser no Rio de Janeiro o público dos outros estados não possuem a possibilidade de ajudar, não quero aqui generalizar e se você que lê esse texto vai ao jogo ou ajudaria de alguma forma se pudesse, não se sinta atingido, mas honestamente, me parece que se esse jogo fosse em São Paulo, a aniversariante desta quarta, por exemplo, a situação não seria muito diferente.
Isso que acontece levanta aquela velha questão que durante a época do acidente foi comentada por algumas pessoas, que desconfiavam do quanto as pessoas realmente estavam dispostas a ajudar. Na hora que realmente a oportunidade aparece não é o que acontece e a conhecida solidariedade de ocasião aparece.
Esse é apenas um caso para elucidar esse comportamento que atinge algumas pessoas, mas poderia se aplicar a muitas outras. É preciso refletir sobre isso. As pessoas realmente estão dispostas a ajudar ao próximo? Elas querem fazer algum tipo de sacrifício? Querem dividir o que já tem? As respostas para essas questões complexas são totalmente pessoais, cada um precisa se perguntar e chegar as suas próprias conclusões.
Na vida real, o #ForçaChape não significa absolutamente nada, quem ficou apenas com as memórias dos que se foram no trágico acidente, pouco importa se você mudou sua foto de perfil ou escreveu “LUTO” em seu status no WhatsApp, para isso já existe oportunista demais, na vida real o mundo é muito mais cruel, é ali sim que a solidariedade deve existir.
