Comandada pelo técnico Washington Nunes, “A Laranja Mecânica”, como é conhecida a equipe masculina de Handebol de São Caetano, briga pela liderança do Super Campeonato Paulista apostando em uma base sólida para chegar ao título dessa temporada. Equipe de Guarulhos também busca boa posição no torneio
O famoso lema de Muricy Ramalho, técnico de futebol, “Aqui é trabalho, meu filho!” Pode muito bem ser transferido para a equipe de Handebol masculino do São Caetano para nortear a campanha do time no Super Campeonato Paulista. Um trabalho sério e, sobretudo de resultados positivos até aqui. E a briga no torneio é de gente grande, ainda mais quando a competição conta com equipes tradicionais como a Hebraica, Taubaté e a potencia olímpica nacional, Pinheiros.
Tão importante quanto destacar a competitividade das equipes paulistas, é notar que o momento deste esporte no Brasil, é de certa forma curioso. Se por um lado as seleções fazem ótimas preparações visando os jogos olímpicos do Rio em 2016 e a brilhante campanha da seleção feminina que em 2013 alcançou brilhante feito ao levantar a taça de Campeão Mundial, criam um cenário promissor, por outro conta com algumas incertezas, principalmente quando algumas equipes tem suporte de prefeituras ou atravessam dificuldades financeiras.
Assim é a visão de Washington Nunes, treinador do time masculino de São Caetano “O cenário do esporte brasileiro é um pouco “turvo”, pois, os clubes diminuíram muito os investimentos e o fomento das modalidades está nas mãos das prefeituras e que vivem com dificuldades financeiras. O Handebol passa por dificuldades, mas, mesmo assim, há uma clara evolução nos aspectos de treinamento, com equipes desenvolvendo formas de jogar das mais atuais”, explica o treinador.
A própria equipe do ABC tem base financeira apoiada pela Prefeitura Municipal de São Caetano, o que de certa forma da um respaldo para que o trabalho em quadra possa ser desenvolvido da melhor forma possível.
Ainda que não seja possível afirmar, no momento, a manutenção do apoio para os próximos anos, a ideia é que o esporte siga recebendo investimentos por parte da prefeitura, como explica o Coordenador da Secretária Municipal de Esportes de São Caetano, Flávio Fernandes de Pontes. “O planejamento é anual, mas para os próximos anos dependeremos de decisões vindas da Secretária de Esporte, ainda mais que este é um ano político. Não sabemos como será o projeto da cidade para os anos seguintes, mas se depender de nosso projeto pretendemos melhorar as condições e consolidar nossa equipe para os anos seguintes”.
O coordenador ainda explica de qual forma é feito o aporte. “Esse apoio vem em forma de pagamento na ajuda de custo, moradia e alimentação. Além das despesas com Federação e Confederação”, afirma Pontes.
Além do suporte da prefeitura, o São Caetano conta com patrocínios que ajudaram na montagem e manutenção da equipe. Parcerias com a MOVITÉ e com a UNIP foram importantes, além da Arty Gráfica, Manto, a Dalehand e a Lupapel.
Esses apoios tiveram uma relevância ainda maior, uma vez que devido à crise que assola o país, houve um corte de aproximadamente 40% da verba disponível. Esse rombo no orçamento foi contornado com ajuda desses patrocinadores. Diversos contatos já foram iniciados na tentativa de captar novos parceiros para que o projeto possa ser mantido e ampliado.
Outro ponto determinante para que o corte no orçamento fosse superado foi a criatividade. Uma área Vip no ginásio foi aberta, além da criação de um projeto de financiamento coletivo que daria recompensas aos apoiadores, são distribuídos panfletos no calçadão informando sobre os jogos em casa, e nos dias dos jogos, é montado um show com o DJ Jeff e outras diversas ações, o que vêm gerando um aumento do público a cada partida, além do fato de os resultados positivos estarem aparecendo.
Mas é essencial que se diga sobre o nível de comprometimento dos atletas, que entenderam as dificuldades que a equipe estava enfrentando e abraçaram o projeto criado.
Para chegar forte na briga pelo título, a estratégia na montagem da equipe foi aliar uma base já montada com a contratação de jogadores de qualidade para cada posição. “A montagem foi feita tentando trazer um especialista em cada posto específico, além de manter alguns jogadores do elenco do ano passado que subiram de produção e terminaram o ano muito bem. Além disso, fizemos uma ótima pré-temporada e a equipe vem mantendo um bom nível técnico no Super Paulistão”, explica o treinador Washington Nunes.
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