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sábado, maio 4, 2024

Campanha Setembro Amarelo – Precisamos falar mais sobre Suicídio

Vamos quebrar o tabu

 

Suicídio é um assunto bem doloroso e muitas das vezes evita-se falar sobre ele, mas evitar esse assunto não vai fazer com que ele deixe de existir.

Campanha Setembro Amarelo - Precisamos falar mais sobre Suicídio

É fato que muitas pessoas já pensaram em morrer para escapar de uma sensação de impotência extrema, mas que depois os pensamentos se reorganizaram, as coisas voltaram a ter sentido e conseguem pegar as rédeas da vida novamente, procuram ajuda, encontram apoio e tudo volta ao normal.

Porém muitos não conseguem encontrar essa saída e o suicídio passa a ser a única porta que ele consegue enxergar para se livrar de uma vez por todas do sofrimento.

Somente no Brasil 25 pessoas cometem o suicídio por dia, outras 20 pessoas tentaram sem sucesso, isso significa que a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida.

Os números são alarmantes e tende a ter um aumento a cada ano. Segundo o Ministério da Saúde, a meta é reduzir a mortalidade por suicídio em 10% até 2020.

 

O que leva a pessoa ao suicídio?

O suicídio não tem uma explicação objetiva, geralmente o suicida são pessoas com algum tipo de transtorno mental ou emocional, como depressão de diversos graus, transtorno de personalidade (anti-social, borderline com traços impulsivos e frequentes alterações de humor), vitima de abusos sexuais, esquizofrenia ou dependência química e/ou de álcool.

Quando alguém se suicida, é comum que se procure um grande causador da tragédia: falência, perda de parente, um vídeo íntimo que cai na rede, porem o maior previsor de suicídio é a ocorrência de doenças mentais e emocionais. Segundo a OMS, 90% das pessoas que se suicidam apresentavam algum desequilíbrio, como depressão, transtorno bipolar, dependência de substâncias e esquizofrenia – e 10% a 15% dos que sofrem de depressão tentam acabar com a vida.

Para pessoas com esta situação emocional, o suicídio é o fim do sofrimento, é o recurso de quem não suporta mais o ciclo de dores “na alma” e está vivendo no seu limite.

Muito se diz que “quem vai se matar não avisa” ou que a pessoa apenas quer “chamar atenção” desmistificando essa frase eu digo que, quem vai cometer o suicídio avisa sim, porem muitas vezes vem acompanhado de um extremo silencio.

Algumas pessoas têm o ato suicida uma atitude extrema de egoísmo, pois não leva em consideração a perda que a família e amigos terão porem o suicida não tem intenção de magoar ou ferir emocionalmente alguém, ele só quer sair da situação emocional de depressão extrema que o aflige, portanto não é coerente o julgamento nesta situação.

A pessoa está dentro de uma “bolha” de dor e angustia, ela vai dando diversos sinais e que muitas vezes é ignorados ou despercebidos por familiares e amigos. O suicida dá sinais porque ele está pedindo ajuda, pedindo socorro de uma forma subliminar. A verdade é que a pessoa não quer morrer, ela quer que a dor e a enorme angústia acabem e se a dor não acaba ela mesma quer fazer isso, acabando com a vida.

 

Alguns sinais de comportamento suicida

  • Frases ou publicações nas redes sociais que falem de solidão, isolamento, culpa, apatia, autodepreciação, desejo de vingança ou hostilidade fora do comum (“Não faço nada direito, sou um lixo”, “Não quero sair da cama nunca mais”, “Mais uma madrugada sem sono”, “Quero que todo mundo se dane”, “Vocês não vão precisar mais se preocupar comigo”);
  • Mudanças inesperadas de comportamento;
  • Depressão, Tristeza excessiva e isolamento;
  • Uso frequente de emojis negativos;
  • Impulsividade como o uso de álcool e drogas;
  • Demonstrar calma repentina;
  • Enaltecer e Glorificar a morte;
  • Auto desvalorização;
  • Dificuldade para dormir, pesadelos ou sono excessivo;
  • Desfazer de objetos pessoas de muito valor efetivo.

Atrás de qualquer doença, existe um ser humano extremamente necessitado de amor, carinho e atenção, cheio de virtudes, sensível e que merecem ser reconhecidas.

 

Como ajudar a prevenir o suicídio

Os suicídios em sua maioria são em atos impulsivos, oferecer apoio emocional é o primeiro passo. Ouvir, mostrar empatia, ser afetuoso ajuda muito, nunca se deve ignorar a situação ou deixar a pessoa sozinha.  As fontes de apoio geralmente são familiares, amigos, colégio, centros de crise e profissionais da saúde (psicólogos e psiquiatras). Uma boa opção também é o contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) ligando para o número 188.

 

Como ajudar um suicida

  • Não compare sofrimentos, o sofrimento de uma pessoa pode ser maior do que a outra mesmo não sendo tão intenso aos nossos olhos;
  • Fale claramente sobre suicídio com a pessoa, pergunte diretamente se ela pensa em suicídio;
  • Mostre interesse em conversar, o que ele precisa é ser ouvido e não de um simples conselho;
  • Demonstre carinho, afeto e o quanto a pessoa é importante e amada;
  • Sugira e o acompanhe em passeios alegres para mudança de clima;
  • Vejam filmes e series de comédia;
  • Não deixe o doente sozinho;
  • Restrinja os acessos aos meios letais;
  • Combata o preconceito, o doente precisa ser tratado como as demais pessoas precisam somente de uma atenção especial;
  • Por fim, é de profunda importância a ajuda de um profissional (Psicólogo, Psicoterapeuta, Psiquiatra).

A sociedade precisa entender que problemas psicológicos são sérios sim, muito mais do que se pensa, pois não afeta somente o doente, mas todos ao seu redor. Ser exposto ao ridículo ou acusações é o que menos o doente necessita, ele precisa de afago, amor, atenção e precisa ser ouvido, sempre.

Não é porque não sentimos uma dor ou um impulso que ele não possa existir no outro.

Procure ajuda, falar é a melhor solução.

 

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